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Semana Mundial de Alergia

 

Prezados associados,

Entre os dias 13 e 19 de abril será comemorada a Semana Mundial de Alergia e o tema definido pela World Allergy Organization (WAO) é "Alergias Respiratórias - Seu Impacto Econômico e Pessoal".

A asma e a rinite, doenças frequentemente associadas e de alta prevalência em todo o mundo, são as manifestações mais importantes das doenças alérgicas respiratórias, e, portanto, de maior impacto.
Desde a década de 80, observa-se o crescimento significativo na frequência das doenças alérgicas associado a fatores genéticos e ambientais, incluindo a exposição aos alérgenos do ar, a poluição e os agentes infecciosos.

Com isso, os custos econômicos e pessoais associados a essas doenças estão ficando muito relevantes, seja pelo enfoque do sistema financiador da assistência em saúde ou pelo da sociedade ou das famílias.

Como impactos indiretos, podemos citar o absenteísmo (falta ao trabalho) e redução da produtividade. Já pelo lado financeiro, estudos apontam altos custos associados à asma. Nos Estados Unidos o seu custo médico anual estimado alcançou US$ 18 bilhões em 2005. Na Europa o custo total anual estimado ultrapassou os ? 20 bilhões. A perspectiva da WAO para o custo mundial da rinite alérgica é de 20 bilhões de dólares/ano.

Em 2007, os gastos do SUS com internações por asma foram de R$ 96 milhões, representando 1,4% do total/ano com todas as doenças.
Em estudo com asmáticos em tratamento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, foi aferido um custo médio (direto e indireto) da asma de quase R$ 2 mil/paciente-ano, com um incremento de 12% para os asmáticos com rinite alérgica associada. O custo da asma foi maior em pacientes que apresentaram sobrepeso/obesidade,nos casos mais graves e com pior controle da doença.

O custo da asma foi maior em asmáticos com sobrepeso/obesidade, nos casos mais graves e com pior controle da doença. Além disso, a renda média familiar foi menor na asma não controlada e caiu nos asmáticos graves, apontando o impacto da doença na geração de renda.

Os medicamentos para asma consumiram mais da metade dos recursos de famílias com asmáticos e o custo da doença teve impacto importante na renda familiar (10%). Se todos os asmáticos brasileiros recebessem o mesmo tipo de tratamento, o custo total estimado da asma estaria entre R$ 13 e 18 bilhões/ano, correspondendo a 0,5% do PIB, ou a 4% do PIB da Saúde.

Prejuízo Pessoal - As consequências da asma e rinite afetam o paciente de maneira global, a começar pela baixa qualidade de vida. Indisposição para tarefas banais, os relacionamentos interpessoais, seja na família ou no trabalho, redução da capacidade de exercícios físicos, queda da autoestima e impacto emocional em razão da dependência do uso de medicamentos são as reações imediatas e identificadas nesses pacientes.

Estima-se que a asma seja responsável por 255 mil óbitos por ano em todo o mundo. Para cada 250 óbitos, um é devido à asma. No município do Rio de Janeiro, a mortalidade por asma declinou 22,5% entre 2000 a 2009 e as mulheres são as mais atingidas. Entre as principais complicações da asma que evolui para óbito está a pneumonia, em todas as faixas etárias, com exceção do grupo entre 20 e 34 anos.

Soluções - O cenário negativo apontado acima se formou por causa da falta de acesso dos doentes aos especialistas habilitados para tratar da asma e rinite. Não há recursos no serviço público para um diagnóstico preciso, que pede auxílio de tecnologia apropriada e, consequentemente, os tratamentos não são assertivos.

Como entidade que representa os especialistas em Alergia, precisamos cobrar investimento público dos governantes, com melhores recursos diagnósticos, disponibilidade de testes alérgicos, imunoterapia e medicamentos modernos para o tratamento dessas doenças.

É preciso também chamar a atenção para os cuidados com o meio ambiente, fator importante no desencadeamento da asma e rinite. É urgente que se reduza a poluição urbana, por meio de ações como a inspeção veicular compulsória (hoje só é obrigatória em cidades com mais de um milhão de habitantes), que pode evitar emissões lesivas aos doentes alérgicos respiratórios.

O cidadão comum também pode fazer a sua parte. É fundamental disseminar a consciência de que quanto mais áreas verdes tiverem, melhor será a qualidade do ar que respiramos.

Com todos esses dados em mãos, o objetivo é disseminar informação por meio da educação aos nossos pacientes. Divulgar a asma, rinite e seus impactos financeiros e para a saúde na mídia nacional, por meio da assessoria de imprensa, redes sociais, site e ações realizadas por todo o Brasil.

Ações: cada Regional da ASBAI deve procurar divulgar as informações acima entre os associados, seus clientes e buscar ações de acordo com as possibilidades de cada região: montar uma tenda de informações num Shopping, fazer palestras em escolas e faculdades, enviar essas informações para as secretarias de saúde - estadual e municipal. Enfim, ampliar essas oportunidades com informações sobre as doenças alérgicas, a prática do médico alergista.

Focar nos problemas regionais ligados a doenças alérgicas, como poluição ambiental, falta de espaços públicos interativos para as crianças, falta de assistência médica especializada em Alergia e Imunologia nos serviços públicos. Trata-se de levantar uma bandeira divulgando nosso trabalho.


Portanto, solicito que, em caso de entrevista com jornalistas, esses dados sirvam de apoio para que a mesma informação seja replicada em todo território brasileiro.

Conto com vocês!

José Carlos Perini - Presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia

 

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